Como fazer o cálculo do Custo Efetivo Total (CET)?
Entender como calcular o CET fará diferença no valor gasto pela sua empresa
Ao contratar um empréstimo ou financiamento para sua empresa, provavelmente a primeira coisa que você pensa é na taxa de juros. Mas saiba que ela não é a única preocupação que você deve ter. É preciso considerar o Custo Efetivo Total (CET). Mas o que é isso?
O CET indica o custo total de uma operação de crédito, ou seja, o valor que você vai pagar quando concluir todo o pagamento da transação.
A vantagem disso é que, conhecendo o que entra na base de cálculo do CET ( juros + taxas + encargos + tributos + seguros), o empresário poderá saber com precisão qual melhor opção na hora de contratar um crédito para sua empresa.
A taxa de juros que os bancos tanto falam é apenas um dos itens que precisam ser levados em conta na hora do cálculo.
A Bumme, que já preparou um material explicando com detalhes o que é o CET, além de um e-book sobre o tema, agora te explica como o cálculo é feito.
Cálculo do CET
A fórmula disponibilizada pelo Banco Central do Brasil para fazer o cálculo do CET é esta:
Mas calma que não é tão difícil realizar o cálculo. A Bumme te explica o que significa cada parte da equação.
N: significa o prazo do contrato e é contado em dias corridos;
J: também contato em dias corridos, é o intervalo entre o pagamento inicial e a data do pagamento das quantias periódicas;
FCj: aqui entram todos os custos cobrados (juros, taxas, tarifas, seguros e outros);
Dj: é a data do pagamento, sendo periódico ou não;
D0: data de liberação do crédito pelo banco ou pela instituição financeira;
FC0: valor do crédito, deduzido das despesas pagas antecipadamente.
As taxas que constam no CET devem, obrigatoriamente, ser divulgadas por bancos no contrato que irá conceder o crédito.
Mas como conseguir todas essas informações?
Saiba que o Banco Central exige que todos os números estejam descritos especificamente no contrato assinado pela empresa a fim de garantir a melhor transparência entre banco/instituição financeira e cliente.
Para ter uma ideia de como o CET deve ser apresentado ao cliente, veja este exemplo de tabela do Banco Central:
Exemplo | R$ | % |
a) valor total devido do empréstimo ou financiamento ou arrendamento mercantil financeiro no ato da contratação: | 1.080,00 | – |
b) valor liberado ao cliente ou vendedor: | 1.000,00 | 92,6% (b/a) |
c) despesas vinculadas à concessão do crédito: | 80,00 | 7,4% (c/a) |
c1) tarifas (especificar), quando houver: | 30,00 | 2,8% (c1/a) |
c2) tributos (especificar), quando houver: | 10,00 | 0,9% (c2/a) |
c3) seguro (especificar), quando houver: | – | – (c3/a) |
c4) outros (especificar), quando houver: | 40,00 | 3,7% (c4/a) |
O Banco Central dá mais um exemplo para facilitar o entendimento. Veja:
Suponha um financiamento nas seguintes condições:
Valor financiado: R$ 1.000,00
Taxa de juros: 12% ao ano ou 0,95% ao mês
Prazo da operação: 5 meses
Prestação mensal: R$ 205,73
Além desses dados, considere também a hipótese de pagamento a vista (sem inclusão no valor financiado) dos seguintes valores:
Tarifa de confecção de cadastro para início de relacionamento: R$ 50,00
IOF: R$ 10,00
Para uma operação com essas condições, o CET calculado será de 43,93% ao ano ou 3,08% ao mês. Assim, o valor do CET (43,93% a.a) é maior apenas do que da taxa de juros (12% a.a.).
Imagem: Banco Central do Brasil
Além da famosa taxa de juros, outros itens são levados em conta na hora de calcular o CET. Confira:
tarifas de abertura de crédito: podem aparecer taxas cobradas na abertura do crédito, como avaliação do cadastro, análise de crédito, entre outras. Muitas vezes essas tarifas podem ser abusivas. Este é um dos custos que mais deve chamar atenção dos compradores, já que podem ser taxas ilegais, segundo previsto pelo Código de Defesa do Consumidor;
seguros obrigatórios: alguns contratos podem exigir a contratação de seguros, como o seguro de vida ou o seguro prestamista, que cobre o pagamento das parcelas em caso de perda de renda;
taxas administrativas: são cobranças de serviços prestados pela instituição financeira – por exemplo, o envio de boletos ou a realização de consultas;
impostos: diferentes impostos sobre operações financeiras (IOFs) podem estar inclusos nos contratos;
outros custos: dizem respeito a outros custos relacionados à operação financeira, como tarifas de manutenção de conta, comissões, etc.
Mas fique tranquilo que você não precisará fazer todo esse cálculo, pois o banco terá que fornecer o cálculo pronto para o cliente – tudo para que ele consiga comparar um banco com outro. Mas, para isso, é preciso que você faça a pesquisa sempre com o mesmo valor e prazo para pagamento.
O que precisa ficar bem claro na sua mente é que quanto maior a alíquota do CET, menos ela compensa. Ou seja, quanto maior a porcentagem de alíquota, mais sua empresa terá que pagar ao banco até o final do processo.
Resumo
A taxa de juros é apenas um dos itens na hora de calcular o Custo Efetivo Total. Lembre-se de considerar os outros valores.
O CET é o que vai lhe orientar na tomada de decisão para fazer um bom planejamento financeiro de modo a evitar a inadimplência.
É com ele que você terá real noção de tudo que será pago ao final de um empréstimo ou financiamento.
Se você ficou na dúvida se está pagando mais do que deveria em um contrato de sua empresa feito com o banco ou outra instituição financeira, a Bumme pode te ajudar. Como? Nós analisamos seu contrato verificando se há cobrança indevida. Faça parte do Movimento Bumme.